Terça-feira, 7 de Agosto de 2012

Perpetuar Manuel do Nascimento

Chega-me a notícia de que Manuel do Nascimento Correia, ilustre escritor monchiquense já desaparecido, neorealista, cujo centenário do seu nascimento se festeja este ano, ficará perpetuado enquanto patrono da Escola EB 2,3 de Monchique, deixando assim a espécie de clandestinidade em que vinha resistindo, ou não fosse a Freguesia de Monchique ter reeditado um livro há uns anos atrás (tal como agora  se prepara para reedidar outra obra) e colocado uma placa na casa onde o autor residiu.

 

 

Pena é que outra placa - a de um topónimo de uma rua da Vila, aprovado pela Assembleia Municipal há vários anos - nunca tenha sido colocada; menos mal, pois o autor é merecedor de outra placa e num arruamento de maior importância.

 

Depois de muitas diligências, também de há vários anos, por parte de Graça Batalim, José Rosa Sampaio, Ana Paula Almeida e do próprio filho e restante família do escritor - que tive o grato prazer de ir ouvindo e acompanhando - parece que agora se está mais perto de Manuel do Nascimento ganhar a notoriedade cimeira que merece.

 

Oxalá, a este propósito não se esqueçam também outros escritores e outros homens e mulheres cuja sua passagem, mais longa ou mais curta, enriqueceu a nossa cultura, escreveu a nossa história e elevou a nossa identidade.

cogitado por vics às 08:04
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Terça-feira, 19 de Junho de 2012

Intervenção na assembleia geral da AF Algarve

 

INTERVENÇÃO DO PRESIDENTE DO JD MONCHIQUENSE NA ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA DA AF ALGARVE

FARO, 19-JUN-2012

 

 

Exmo. presidente da Mesa,

Exmo. presidente da Direcção,

Demais membros dos órgãos sociais da AFA,

Caras e caros colegas representantes e/ou presidentes dos clubes desportivos algarvios filiados nesta associação e promotores de futebol e futsal na região.

 

Muito boa noite,

 

Dirigimo-nos a este plenário em representação do JDM (Juventude Desportiva Monchiquense), clube fundado em 1963 e filiado desde cedo na AFA (associação de Futebol do Algarve). Fazemo-lo para trazer a lume uma questão de interesse colectivo e que a todos diz respeito.

Permitimo-nos fazer um ponto prévio:

1) este é o local próprio, e não outro, para apreciar e discutir as matérias relativas aos clubes filiados no que concerne ao futebol e futsal;

mais,

2) a AFA resulta e perdura da convergência e da reunião dos clubes promotores daquelas modalidades, e, a sua dinâmica – leia-se campeonatos e torneios oficiais – decorre da mesma relação entre clubes.

É, portanto, nesta circunstância, sobejamente importante o bom relacionamento e o estabelecimento de parcerias entre clubes.

São estas questões e o facto das mesmas terem sido beliscadas, e do próprio JDM se sentir magoado, que nos trazem aqui nesta intervenção.

 

Minhas senhoras e meus senhores,

 

Em 2008, ao assumirmos funções directivas no JDM procurámos: conhecer o passado, organizar-nos no presente e construir um futuro melhor. Quisemos saber de onde vínhamos, o que éramos e para onde queríamos ir. Analisámos o contexto interno (os pontos fracos e os pontos fortes) e a envolvente ambiental (o quadro de ameaças e oportunidades). Com base nisso definimos uma estratégia associativa: visão, missão, objectivos, programas, projectos e acções. Sabemos onde queremos estar em 2013, aquando do 50.º aniversário e sabemos o percurso que necessitamos fazer para consegui-lo.

No âmbito do futebol, num concelho com cerca de 6000 habitantes e fortemente marcado por uma população envelhecida, temos quase 200 pessoas envolvidas directamente com a modalidade, entre os quais praticantes, técnicos, colaboradores e dirigentes. Temos todos os escalões inscritos em competições oficiais, excepto o de juniores (sub-19), em virtude do reduzido número de jovens com esta idade. O técnico principal de cada equipa tem formação académica na área do desporto. Nem técnicos, nem jogadores auferem qualquer remuneração ou compensação pelos treinos ou jogos. Em Monchique e no JDM o “amor à camisola” é uma realidade.

Todavia, o nosso clube vê a sua acção dificultada em virtude de, quotidianamente, ter que existir, persistir e resistir aos efeitos nefastos das problemáticas da interioridade e da periferia. A par destes, já por si só muito penosos, lidamos também, de há dois anos a esta parte, com uma incompreensível competição fora das quatro linhas e de cariz, permitimo-nos, quase terrorista.

De facto, a estratégia e a dinâmica imprimidas no JDM deu-nos maior exposição e essa condição tem-nos valido um ataque surdo-mudo, materializado em sucessivos contactos feitos por outros clubes, por pessoas em nome de outros clubes ou por pessoas usando o nome de outros clubes dirigidos aos próprios jogadores dos escalões jovens – isto é, com as crianças; com menores de idade – no intuito de os aliciar a mudar de camisola e a iniciar uma carreira de futebolista de promissor sucesso garantido.

Abrimos um parêntesis para salientar que se trata dos primeiros resultados decorrentes da estratégia imprimida no clube nos últimos quatro anos, e de crianças cujo desenvolvimento de competências e aperfeiçoamento se tornou uma realidade evidente.

Sem prejuízo de melhor adjectivação e da própria e adequada tipificação jurídica para aqueles actos, tudo se torna mais grave quando somos colocados completamente à margem de todo esse processo, de todos esses contactos, como se simplesmente não existíssemos.

Agrava ainda mais esta situação quando a saída ou o abandono de um simples jogador pode pôr em causa a continuidade do escalão, a oferta desportiva de qualidade, a ocupação salutar de tempos livres e o contributo para adopção de estilos de vida saudáveis, a todos os indivíduos da sua idade residentes na área do concelho.

Consideramos, portanto, aquelas diligências como um ataque deplorável e um claro desrespeito ao clube, objecto social, estratégia, dinâmica, bem como aos dirigentes.

 

Caras e caros colegas dirigentes

 

O JDM, tal como qualquer outro clube aqui representado, não tem um valor diferente dos seus pares, ao contrário do peso que cada um tem nas votações nesta assembleia. No futebol, na sociedade, na vida, no dia-a-dia, cada clube vale por um clube e assim deve ser considerado e respeitado, seja qual for a sua dimensão, acção profícua e localização.

Assumimos a responsabilidade de defender os interesses do JDM e os seus objectivos estatutários, mas também, e por ser um clube filiado nesta associação, assumimos o desafio maior inerente aos objectivos desta entidade e do futebol na região. É nesse quadro, e tendo-o bem presente, que nesta assembleia geral denunciamos e repudiamos a demanda daqueles que vivem presos à fixação doentia do paradigma da unicidade de resultados exclusivamente colados à posição na classificativa e da obstinação de correlacionar o seu crescimento com o insucesso dos outros.

Cremos que esses feitos e esse modus vivendi se trata de um mau serviço a esta associação e ao futebol.

Portanto, este não é um problema do JDM, nem de nenhum outro clube que esteja inserido num território, periférico, despovoado e com idêntico quadro de adversidades; esta matéria é do interesse de todos os clubes, ou seja, da associação. O ataque que silenciosamente nos tem sido dirigido é, obviamente, desferido simultaneamente a esta associação e ao futebol e futsal na região.

Terminando, a este propósito permitimo-nos citar a escritora Agustina Bessa-Luís «A competição é só civilizadora enquanto estímulo; como pretexto de abater a concorrência, é uma contribuição para a barbárie.»

 

Posto isto, em prol do futebol e da modalidade na região, torna-se imprescindível que ao nível da associação os clubes celebrem um compromisso para a criação de um quadro de relações assente na entreajuda e no respeito mútuo.

 

Muito obrigado! 

cogitado por vics às 23:18
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Quinta-feira, 31 de Maio de 2012

Nem só os cucos logram do trabalho dos outros

Ás vezes perguntamo-nos se valerá a pena.
Dedicamo-nos de corpo e alma às coisas, às causas, às pessoas em detrimento da vida pessoal que, simultaneamente, esquecemos que tínhamos para viver. Depois, depois paramos; olhamos em redor; e, incredulamente, lamentamo-nos por não ter sido suficente o esforço ou por não termos merecido não um agradecimento, não o reconhecimento, mas apenas, e tão só, o respeito. Enfim...

 

As feridas que ora me doiem são relacionadas com o exercício de funções de dirigente associativo. Permitam partilhá-las em tom de desabafo.

Vivemos um período em que alguns protagonistas – com maus papéis no mundo do futebol amador – arquitectam e executam manobras deploráveis, marcadas pela mentira e pelo aliciamento calunioso de crianças e jovens jogadores, pondo em perigo todo um projecto formativo e o trabalho diligente de técnicos empenhados.

Isto ganha ainda maior relevo quando o clube que vê os seus jogadores partirem sofre diariamente com as problemáticas da interioridade e da periferia e, bem assim, resiste e persiste na demanda de garantir oferta desportiva às crianças e jovens residentes nesse território onde está inserido.

Mais: mais grave se torna quando se fazem análises de contexto, se identificam pontos fracos e pontos fortes, ameaças e oportunidades, se define uma estratégia e se elabora o respectivo plano, se integram técnicos com formação superior na área, se melhora a oferta, se faz o diagnóstico de capacidades inatas e se desenvolvem competências, se constroiem jogadores e... quando damos conta, a troco de mero paleio se aliciam essas crianças, falando directamente com elas, desprezando o tal clube, os encarregados de educação, deitando fora todo o investimento, a troco de nada.

A minha área (leia-se Desporto) não é esta, mas creio que há maus protagonistas nela e que, por isso – aliás tratando-se de mercenários, quase todos eles – vão prejudicando muito o bom trabalho que se faz.
Menos um elemento em cada equipa pode pôr em causa a participação desse escalão e, dessa forma, que os seus pares possam participar em competições oficiais. É preciso ter isso em conta.
Se não é evidente, então talvez seja necessário denunciá-lo nas assembleias gerais das associações, federações, na opinião pública, por aí...
cogitado por vics às 23:21
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Quinta-feira, 25 de Fevereiro de 2010

Escrever a história e reconhecer o papel dos protagonistas

 

No futebol, como na vida, há jornadas muito difíceis de superar.
É da coesão do grupo, do empenho e da determinação de cada um e do seu contributo para a equipa que se consegue a força imprescindível para ganhar. Em meu nome e em nome da Direcção a que me orgulho de presidir, agradeço a todos, e a cada um, dos jogadores do JDM, pelas suas dedicação, motivação e compreensão, sem as quais não teríamos alcançado os êxitos que imprimimos na história recente do Juventude Desportiva Monchiquense, a colectividade desportiva mais antiga do concelho e que hoje assegura um indesmentível e notável serviço público, materializado no complemento à formação cívica, na formação desportiva nas modalidades de futebol e futsal, no complemento à oferta desportiva de Monchique e na ocupação salutar dos tempos livres de quase centena e meia de crianças, adolescentes, jovens e homens que integram as nossas equipas, desde pré-escolas a veteranos.
É materialmente insignificante mas muito sincera e fraterna a retribuição manifestada no reconhecimento e agradecimento públicos e na declaração também pública de que (eu e toda a actual Direcção do JDM) temos o maior orgulho em todos e cada um dos jogadores JDM e estaremos sempre ao seu lado a prestar-lhes o merecido e caloroso apoio.
Um dia dar-nos-ão razão! Indubitavelmente, o rumo certo é o que vimos trilhando.
Bem hajam e a continuação de bons êxitos.
cogitado por vics às 04:30
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Quarta-feira, 24 de Fevereiro de 2010

Mais Monchiquense

Em Agosto de 2008 aceitei o desafio de amigos meus e do JDM. Liderei um grupo de sócios defendendo um novo rumo para a colectividade mais antiga do concelho, no intuito de integrar mais crianças, adolescentes, jovens e homens monchiquenses; aumentar a oferta desportiva e a dinâmica associativa; reposicionar o clube na sociedade sem descurar a sua localização sujeita às problemáticas da periferia e da interioridade.

Liderámos o projecto “MAIS JDM (mais juventude, mais desporto, mais monchiquense)”.
Dezassete meses depois, podemos concluir que as coisas estão diferentes, mas essa análise ficará para quem está do lado de fora e mais atento e isento para a avaliação.
Não obstante as inúmeras dificuldades, assim como a falta de apoios imprescindíveis à subsistência e sobrevivência, é motivo de grande orgulho para os dirigentes – e objecto de reconhecimento público –, o empenho e a determinação de cada um que hoje veste a camisola do JDM e o que faz quando a tem vestida e está ao serviço deste clube.
Força Monchiquense!

 

cogitado por vics às 15:36
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