O Sporting Clube de Portugal vai adquirir um dos submarinos de Paulo Portas.
A decisão resulta do facto do autocarro actual não ser anfíbio e como tal não estar adaptado para circular abaixo da linha de água.
INTERVENÇÃO DO PRESIDENTE DO JD MONCHIQUENSE NA ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA DA AF ALGARVE
FARO, 19-JUN-2012
Exmo. presidente da Mesa,
Exmo. presidente da Direcção,
Demais membros dos órgãos sociais da AFA,
Caras e caros colegas representantes e/ou presidentes dos clubes desportivos algarvios filiados nesta associação e promotores de futebol e futsal na região.
Muito boa noite,
Dirigimo-nos a este plenário em representação do JDM (Juventude Desportiva Monchiquense), clube fundado em 1963 e filiado desde cedo na AFA (associação de Futebol do Algarve). Fazemo-lo para trazer a lume uma questão de interesse colectivo e que a todos diz respeito.
Permitimo-nos fazer um ponto prévio:
1) este é o local próprio, e não outro, para apreciar e discutir as matérias relativas aos clubes filiados no que concerne ao futebol e futsal;
mais,
2) a AFA resulta e perdura da convergência e da reunião dos clubes promotores daquelas modalidades, e, a sua dinâmica – leia-se campeonatos e torneios oficiais – decorre da mesma relação entre clubes.
É, portanto, nesta circunstância, sobejamente importante o bom relacionamento e o estabelecimento de parcerias entre clubes.
São estas questões e o facto das mesmas terem sido beliscadas, e do próprio JDM se sentir magoado, que nos trazem aqui nesta intervenção.
Minhas senhoras e meus senhores,
Em 2008, ao assumirmos funções directivas no JDM procurámos: conhecer o passado, organizar-nos no presente e construir um futuro melhor. Quisemos saber de onde vínhamos, o que éramos e para onde queríamos ir. Analisámos o contexto interno (os pontos fracos e os pontos fortes) e a envolvente ambiental (o quadro de ameaças e oportunidades). Com base nisso definimos uma estratégia associativa: visão, missão, objectivos, programas, projectos e acções. Sabemos onde queremos estar em 2013, aquando do 50.º aniversário e sabemos o percurso que necessitamos fazer para consegui-lo.
No âmbito do futebol, num concelho com cerca de 6000 habitantes e fortemente marcado por uma população envelhecida, temos quase 200 pessoas envolvidas directamente com a modalidade, entre os quais praticantes, técnicos, colaboradores e dirigentes. Temos todos os escalões inscritos em competições oficiais, excepto o de juniores (sub-19), em virtude do reduzido número de jovens com esta idade. O técnico principal de cada equipa tem formação académica na área do desporto. Nem técnicos, nem jogadores auferem qualquer remuneração ou compensação pelos treinos ou jogos. Em Monchique e no JDM o “amor à camisola” é uma realidade.
Todavia, o nosso clube vê a sua acção dificultada em virtude de, quotidianamente, ter que existir, persistir e resistir aos efeitos nefastos das problemáticas da interioridade e da periferia. A par destes, já por si só muito penosos, lidamos também, de há dois anos a esta parte, com uma incompreensível competição fora das quatro linhas e de cariz, permitimo-nos, quase terrorista.
De facto, a estratégia e a dinâmica imprimidas no JDM deu-nos maior exposição e essa condição tem-nos valido um ataque surdo-mudo, materializado em sucessivos contactos feitos por outros clubes, por pessoas em nome de outros clubes ou por pessoas usando o nome de outros clubes dirigidos aos próprios jogadores dos escalões jovens – isto é, com as crianças; com menores de idade – no intuito de os aliciar a mudar de camisola e a iniciar uma carreira de futebolista de promissor sucesso garantido.
Abrimos um parêntesis para salientar que se trata dos primeiros resultados decorrentes da estratégia imprimida no clube nos últimos quatro anos, e de crianças cujo desenvolvimento de competências e aperfeiçoamento se tornou uma realidade evidente.
Sem prejuízo de melhor adjectivação e da própria e adequada tipificação jurídica para aqueles actos, tudo se torna mais grave quando somos colocados completamente à margem de todo esse processo, de todos esses contactos, como se simplesmente não existíssemos.
Agrava ainda mais esta situação quando a saída ou o abandono de um simples jogador pode pôr em causa a continuidade do escalão, a oferta desportiva de qualidade, a ocupação salutar de tempos livres e o contributo para adopção de estilos de vida saudáveis, a todos os indivíduos da sua idade residentes na área do concelho.
Consideramos, portanto, aquelas diligências como um ataque deplorável e um claro desrespeito ao clube, objecto social, estratégia, dinâmica, bem como aos dirigentes.
Caras e caros colegas dirigentes
O JDM, tal como qualquer outro clube aqui representado, não tem um valor diferente dos seus pares, ao contrário do peso que cada um tem nas votações nesta assembleia. No futebol, na sociedade, na vida, no dia-a-dia, cada clube vale por um clube e assim deve ser considerado e respeitado, seja qual for a sua dimensão, acção profícua e localização.
Assumimos a responsabilidade de defender os interesses do JDM e os seus objectivos estatutários, mas também, e por ser um clube filiado nesta associação, assumimos o desafio maior inerente aos objectivos desta entidade e do futebol na região. É nesse quadro, e tendo-o bem presente, que nesta assembleia geral denunciamos e repudiamos a demanda daqueles que vivem presos à fixação doentia do paradigma da unicidade de resultados exclusivamente colados à posição na classificativa e da obstinação de correlacionar o seu crescimento com o insucesso dos outros.
Cremos que esses feitos e esse modus vivendi se trata de um mau serviço a esta associação e ao futebol.
Portanto, este não é um problema do JDM, nem de nenhum outro clube que esteja inserido num território, periférico, despovoado e com idêntico quadro de adversidades; esta matéria é do interesse de todos os clubes, ou seja, da associação. O ataque que silenciosamente nos tem sido dirigido é, obviamente, desferido simultaneamente a esta associação e ao futebol e futsal na região.
Terminando, a este propósito permitimo-nos citar a escritora Agustina Bessa-Luís «A competição é só civilizadora enquanto estímulo; como pretexto de abater a concorrência, é uma contribuição para a barbárie.»
Posto isto, em prol do futebol e da modalidade na região, torna-se imprescindível que ao nível da associação os clubes celebrem um compromisso para a criação de um quadro de relações assente na entreajuda e no respeito mútuo.
Muito obrigado!
Em Agosto de 2008 aceitei o desafio de amigos meus e do JDM. Liderei um grupo de sócios defendendo um novo rumo para a colectividade mais antiga do concelho, no intuito de integrar mais crianças, adolescentes, jovens e homens monchiquenses; aumentar a oferta desportiva e a dinâmica associativa; reposicionar o clube na sociedade sem descurar a sua localização sujeita às problemáticas da periferia e da interioridade.
Liderámos o projecto “MAIS JDM (mais juventude, mais desporto, mais monchiquense)”.
Dezassete meses depois, podemos concluir que as coisas estão diferentes, mas essa análise ficará para quem está do lado de fora e mais atento e isento para a avaliação.
Não obstante as inúmeras dificuldades, assim como a falta de apoios imprescindíveis à subsistência e sobrevivência, é motivo de grande orgulho para os dirigentes – e objecto de reconhecimento público –, o empenho e a determinação de cada um que hoje veste a camisola do JDM e o que faz quando a tem vestida e está ao serviço deste clube.
Força Monchiquense!
Entendo que a nossa verdadeira importância decorre daquilo que os outros vêem, sentem, pensam, de nós. Por isso mesmo não me parece sensata a auto-análise não solicitada, e doentiamente reiterada, quando valorativa daquilo que achamos que somos e que achamos que tão bem fizemos. Aliás, a figura do "auto-elogio" é das coisas que considero mais insensatas, insolentes e manifestamente comprovativas de que os outros não atribuem importância suficiente para enfatizar ou valorizar as hipotéticas qualidades ou bons feitos dos que sofregamente 'atracam naquele porto'. Talvez por isso não aprecie muito autobiografias, em especial onde perdomina a adjectivação desenfreada.
Todavia, às vezes é preciso parar, reflectir e concluir sobre os nossos actos, sobre nós. Creio que aí, e se a conclusão for boa e se não 'embandeirarmos em arco', então não parecerá mal a ninguém se esboçarmos um sorriso e nos orgulharmos do passo dado.
Hoje, assim me sinto, contente pelo compromisso que assumi há um ano, dedicando o meu conhecimento, o meu pouco tempo e a minha determinação para ajudar o clube da terra a superar um momento e um contexto de notável dificuldade. E tenho muito orgulho de todos aqueles que se associaram a essa vontade, do trabalho dedicado que têm tido e dos resultados que vão aparecendo. E tenho também bastante orgulho dos jovens - objecto da nossa acção - que literalmente "vestem a camisola" e fazem acontecer o Monchiquense.
Assumi aquele desafio sob a missão «MAIS JDM: mais Juventude, mais Desporto, mais Monchiquense». E hoje? Hoje, voltaria a fazê-lo! Claro!
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