Ontem pude testemunhar a descolagem dos seniores do JDM da última posição do campeonato distrital de 1.ª divisão, em futebol 11.
Posso afirmar que foi um êxito "tirado a ferros", literalmente, não que a equipa não tenha trabalhado para isso, muito, muito mesmo, pelo contrário. Aliás, o sentimento que um dirigente pode ter sobre aquele empenho, a determinação e performance dos jogadores, é mesmo de orgulho. Não obstante, a dificuldade acrescida imprimida no jogo de ontem decorre do peso da memória dos dois confrontos anteriores com - na minha modesta opinião -, os também dois candidatos ao título, nos quais, certamente, o paradigma não é o do "amor à camisola", da entrega desinteressada e abnegada, sem auferir remuneração, compensação ou prémio. No Monchiquense, este paragima é o que torna ainda mais importante e valorizada a prestação dos jogadores e técnicos, bem como a participação do clube num campeonato dito amador, com as devidas excepções que me abstenho de adjectivar porque da casa de cada um deve preocupar-se o próprio.
Ontem, os homens do listado azul e negro serrano bateram-se em campo frente a 11 jogadores + IVA, tiveram que subir ladeiras para os ataques e defender nas descidas, viram por cada golo marcado (e foram três), um penalty de resposta, um dos quais em tempo complementar aos já complementares quatro minutos que se haviam revelado insuficientes para garantir um resultado desequilibrado de um empate ou da humilhação. Tudo isto, acrescido de duas expulsões durante o jogo e mais duas posteriores, faz-nos parecer que não basta atirar ao chão, será preciso ainda calcar. Resultado final, três golos que poderiam valer três pontos, foram assim reduzidos a um pontinho apenas. Bem assim, pontuação muito superior a uma das outras intervenientes, seja qual for a escala.
Pergunto-me se uma primeira divisão estará interdita a clubes pequenos, adjectivo implícito não à sua dimensão e à dinâmica de proporcionalidade que desenvolvem, mas ao número de votos que têm numa assembleia geral. Sim, porque vivemos tempos em que não importa o que somos, o que fazemos e como o fazemos, somos apenas reduzidos à insignificância de números.
Os actos ficam para quem os pratica, os maus e os bons, destes últimos permito-me partilhá-los e desta forma congratular todos e cada um dos homens que ontem honrosamente representaram o nosso Monchiquense.
Muitos parabéns!
Força Monchiquense!!!