Há 38 anos...
Há 38 anos...
São 20:30 horas, na Rua António Maria Cardoso, onde se situa a sede da PIDE/DGS, agentes desta polícia política abrem fogo sobre a multidão que se aglomera na referida artéria, causando 4 mortos e dezenas de feridos.
Uma das vitimas
As forças armadas, acabavam de derrubar o poder fascista, o povo aclamava nas ruas a vitória, mas subsistia um trauma ainda por resolver.
A PIDE/DGS, ainda continuava, aparentemente em liberdade, acoitada nas suas instalações na R. António Maria Cardoso.
Um numeroso grupo de populares, entre os quais se contavam algumas das vítimas às mãos dos torcionários da PIDE/DGS, marcharam sobre a sede da polícia politica, reclamando a sua detenção e clamando até por justiça popular.
Perante a passividade das forças armadas, que acabaram por permitir, que os PIDES, se mantivessem, na sua sede, a ver os acontecimentos, os populares avançaram de peito descoberto e muitos acabaram por cair, 4 para não mais se levantarem.
Então as forças armadas, acabaram por receber as ordens superiores que determinaram a tomada da sede da PIDE/DGS, embora muitos deles já tivessem fugido.
Fica aqui o registo das últimas vitimas ás mãos dos assassinos da PIDE/DGS, como uma última homenagem:
ASSASSINADOS
-Francisco Carvalho Gesteiro, de 18 anos, empregado de escritório.
-José James Harteley Barnetto, de 37 anos, casado, natural de Vendas Novas e morador na Avenida João Branco Núncio, 7, 1.º, dt.º, na Flamenga, Vendas Novas;
-Fernando Luís Barreiros dos Reis, de 24, natural de Lisboa, soldado, da l.ª Companhia Disciplinar, em Penamacor; e
-João Guilherme Rego Arruda, de 20, estudante, natural dos Açores, morador na Avenida Casal Ribeiro, 21, 5.º.
FERIDOS:
-Maria dos Anjos Afonso Santos Martins, de 21 anos, residente na Rua Padre José de Almeida, 132, na Póvoa de Santo Adrião;
-Francisco José da Silva Ramos, morador na Rua Bernardim Oliveira, 9, r/c;
-Rui Eduardo Alves Morais, de 19 anos, residente na Rua Artur Lamas, 40-1.ª, dt.º; Aarão de Almeida, de 44 anos, morador na Travessa do Calado, 30-2.º;
-Maria da Conceição Neto, de 20 anos, moradora na Estrada da Luz, lote n.º 1;
-Armando de Jesus Lopes Afonso, de 17 anos, da Rua dos Fanqueiros, 39-4.º;
-António Maria da Cruz, de 18 anos, da Rua Presidente Arriaga, 112-2.º;
-Joaquim Inácio Ruivães Cristo, de 19;
-Maria Manuela Cortes Flores, de 23;
-António Ribeiro, de 20,
-António José Santos Lima, de 17;
-José Luís Gutierres, de 19; Jorge Salgueiro Costa, de 24;
-Fernando Simão Martins, de 16;
-Armindo Fernandes de Oliveira, de 16;
-Camélia Ferreira Pimenta, de 23, residente no Barreiro;
-José Luís Bernardes Fernandes, de 19, morador na Alameda Conde de Oeiras, 4, Nova Oeiras;
-António Pereira Esteves, de 35, residente na Rua José Falcão, 31-3.º, esq.;
-Rogério Paulo Osório, de 18; Luís de Oliveira, de 20;
-Manuel Pereira Alves, de 24; José Dinis Pereira, de 26, morador na Rua Manuel Soares Guedes, 98-1.º;
-Agostinho Manuel Soares, de 18.
Há 38 anos...
Marcelo Caetano e os ministros que com ele estavam no quartel são transportados, numa Chaimite, para o posto de comando do MFA, na Pontinha.
Há 38 anos...
Redigido o Decreto-Lei 171/74, que "entra imediatamente em vigor", visando a extinção da Direcção-Geral de Segurança, da Legião Portuguesa, da Mocidade Portuguesa e da Mocidade Portuguesa Feminina.
Há 38 anos...
Chega ao quartel do Carmo o General António de Spínola, para receber a rendição de Marcelo Caetano.
Há 38 anos...
Após negociações, Marcelo Caetano decide render-se, mas apenas a um oficial de alta patente.
Há 38 anos...
Forças do CIOE (Centro de Instrução de Operações Especiais) controlam as instalações da RTP do Monte da Virgem e do RCP, no Porto.
Há 38 anos...
É cercado, pelas forças de Salgueiro Maia, o Quartel da GNR do Largo do Carmo, onde se encontra o presidente do Conselho, Marcelo Caetano.
Há 38 anos...
Há 38 anos...
Sexto comunicado do MFA, desta vez aos microfones da Emissora Nacional.
As Forças Armadas iniciaram uma série de acções com vista à libertação do País do regime que há longo tempo o domina. Nos seus comunicados, as Forças Armadas têm apelado para a não intervenção das forças policiais, com o objectivo de se evitar derramamento de sangue. Embora este desejo se mantenha firme, não se hesitará em responder, decidida e implacavelmente, a qualquer oposição que venha a manifestar-se. Consciente de que interpreta os verdadeiros sentimentos da nação, o movimento das Forças Armadas prosseguirá na sua acção libertadora e pede à população que se mantenha calma e que recolha às suas residências.
Viva Portugal!
Há 38 anos...
Quinto comunicado do MFA:
Aqui posto de comando das Forças Armadas.
Conforme tem sido transmitido, as Forças Armadas desencadearam, na madrugada de hoje, uma série de acções com vista à libertação do País do regime que há longo tempo o domina.
Nos seus comunicados as F. A. têm apelado para a não intervenção das forças policiais, com o objectivo de se evitar derramamento de sangue. Embora este desejo se mantenha firme, não se hesitará em responder, decidida e implacavelmente, a qualquer oposição que se venha a manifestar.
Consciente de que interpreta verdadeiros sentimentos da Nação, o M. F. A. prosseguirá na sua acção libertadora, e pede à população que se mantenha calma e que recolha às suas residências.
Viva Portugal.
Há 38 anos...
Quarto comunicado do MFA:
Aqui Posto de Comando do Movimento das Forças Armadas.
Atenção elementos das forças militarizadas e policiais. Uma vez que as Forças Armadas decidiram tomar a seu cargo a presente situação, será considerado delito grave qualquer oposição das forças militarizadas e policiais às unidades militares que cercam a cidade de Lisboa. A não obediência a este aviso poderá provocar um inútil derramamento de sangue, cuja responsabilidade lhes será inteiramente atribuída. Deverão, por conseguinte, conservar-se dentro dos seus quartéis até receberem ordens do Movimento das Forças Armadas. Os comandos das forças militarizadas e policiais serão severamente responsabilizados, caso incitem os seus subordinados à luta armada.
Há 38 anos...
É lido o terceiro comunicado do MFA:
Para que a gravidade da hora que vivemos não seja tristemente assinalada por qualquer acidente pessoal, apelamos para o bom senso dos comandos das Forças Militarizadas no sentido de serem evitados confrontos com as Forças Armadas. Tal confronto, além de desnecessário, só poderá conduzir a sérios prejuízos individuais que enlutariam e criariam divisões entre os portugueses, o que há que evitar a todo o custo. Não obstante a expressa preocupação de não fazer correr a mínima gota de sangue de qualquer português, apelamos para o espírito cívico e profissional da classe médica, esperando a sua ocorrência aos hospitais a fim de prestar a sua eventual colaboração, que se deseja sinceramente desnecessária.
A todos os elementos das Forças Militarizadas e policiais, o Comando do Movimento das Forças Armadas aconselha a máxima prudência, a fim de serem evitados quaisquer recontros perigosos. Não há intenção deliberada de fazer correr sangue desnecessariamente, mas tal acontecerá caso alguma provocação se venha a verificar.
Apelamos, portanto, para que regressem imediatamente aos seus quartéis, aguardando as ordem que lhes serão dadas pelo Movimento das Forças Armadas. Serão severamente responsabilizados todos os comandos que tentarem por qualquer forma conduzir os seus subordinados à luta com as Forças Armadas.
Informa-se a população de que, no sentido de evitar todo e qualquer incidente ainda que involuntário, deverá recolher a suas casas, mantendo absoluta calma. A todos os elementos das forças militarizadas, nomeadamente às forças da G.N.R. e P.S.P. e ainda às Forças da Direcção-Geral de Segurança e Legião Portuguesa, que abusivamente foram recrutadas, lembra-se o seu dever cívico de contribuírem para a manutenção da ordem pública, o que, na presente situação, só poderá ser alcançado se não for oposta qualquer reacção às Forças Armadas. Tal reacção nada teria de vantajoso, pois conduziria a um indesejável derramamento de sangue, que em nada contribuiria para a união de todos os portugueses. Embora estando crentes no bom senso e no civismo de todos os portugueses, no sentido de evitarem todo e qualquer recontro armado, apelamos para que os médicos e o pessoal de enfermagem se apresentem em todos os hospitais para uma colaboração que fazemos votos seja desnecessária.
Há 38 anos...
Leitura do segundo comunicado do MFA, na antena do RCP:
A todos os elementos das forças militarizadas e policiais o comando do Movimento das Forças Armadas aconselha a máxima prudência, a fim de serem evitados quaisquer recontros perigosos. Não há intenção deliberada de fazer correr sangue desnecessário, mas tal acontecerá caso alguma provocação se venha a verificar.
Apelamos, portanto, para que regressem imediatamente aos seus quartéis, aguardando as ordens que lhes serão dadas pelo M. F. A.
Serão severamente responsabilizados todos os comandos que tentarem por qualquer forma conduzir os seus subordinados à luta com as Forças Armadas.
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