Os escassos 8,37% de votos que o CDS-PP obteve dos cidadãos votantes do passado dia 7 de Junho, foram suficientes para ‘dar força’ àquele partido minoritário no Parlamento para apresentar uma moção de censura ao Governo.
No passado dia 7 de Junho, tal como se perspectivara, a maior parte da população não exerceu o dever cívico, nem gozou o direito de cidadania, materializado na acção de votar.
As Eleições Europeias de 2009 deixam-nos, de entre os vitoriosos – todos: os superlativos, os relativos, os especulativos, os putativos, excepto os efectivos, porque afinal, ninguém ganhou com isto, e ainda, os alienados – uma conclusão: aquele que obteve o lugar cimeiro foi a senhora ‘abstenção’. E o mais interessante é que não surpreendeu ninguém. Pois esse sentido terá sido deslocado quase em exclusividade, pelos mais atentos, para a grandeza dos votos brancos e dos votos nulos. Se o nulo é apenas o manifesto de tempo, tinta e actos perdidos – simplesmente, porque não vale nada –, já o voto branco tem um significado.
Quem se desloca à sua secção e à cabina de voto e, simplesmente, dobra o boletim e leva-o até ao depósito na urna exerce um dever cívico, goza um direito de cidadania e manifesta uma opinião: não concorda ou não se revê em nenhuma das candidaturas/candidatos. Domingo, foram muitos os que assim votaram e, talvez, e apenas, por uma única razão: assistimos a uma campanha, no mínimo deplorável. Ataques pessoais, recusa das temáticas inerentes às atribuições do órgão que é objecto do sufrágio, em detrimento da introdução de assuntos ligados a outros órgãos, outros agentes e outras eleições, provocando apenas e só a confusão.
Pela manhã tive um insólito telefonema de uma senhora – por quem nutro de grande respeito –, advertindo-me para ser mais contido nos ataques que fazia a pessoas de respeito.
Ora, não sei se do pouco descanso – pois tinha dormido aproximadamente 2 horas –, se pela pouco oportuna abordagem, assim como pela argumentação – pois referia-se ao anterior post que eu tinha colocado aqui no Cogito blog existo –, lançou-me ao tapete.
De facto, não esperava aquele telefonema e, confesso, que tal senhora perdesse tempo a ler as minhas cogitações...
Ainda antes de sair de casa, fui levado ao dicionário para ver o conceito de “respeito”. Concluí que, de facto, era aquilo que nutria e nutro pela senhora, porém de forma alguma consigo vislumbrar naquele post eventual ofensa, mesmo que ínfima, a alguém de respeito.
Devolvi a chamada, pedindo desculpa e inquirindo a quem se referia, ao que me disse que eu ofendera os dois irmãos que tinham linhas de pensamento distintas e, por isso, estavam em partidos distintos. Percebi então. Agradeci e desejei um resto de bom dia àquela senhora de respeito e que a respeito não revelando o seu nome.
Contudo, reitero, mal vai este país quando recruta do mesmo lar dois líderes para dois partidos com ideologias tão distintas. Creio que algo terá falhado no processo de formação e desenvolvimento daqueles senhores quando foram miúdos. Para terem escolhido caminhos tão diferentes, certamente os pais também não olharam de forma igual para eles.
Ofensivo seria se me referisse a outras opções da mesma família e se citasse aquilo que já ouvi repetidamente: dos três irmãos o único que gosta de raparigas é ... a filha. Às vezes penso que o respeitável senhor arquitecto só terá estado bem quando desenhou a Igreja do Sagrado Coração de Jesus.
Maior ofensa seria se ousasse considerar que o feito que eternizou o tio materno teria decorrido da antevisão do que seriam estes sobrinhos e de não querer sequer aguardar a sua chegada, por isso se pirara.
Ouvi há pouco, no carro, o espaço de direito de antena dos partidos e candidaturas ao parlamento europeu. A ciência política sempre foi uma área que mereceu a minha atenção, porém cada vez mais estou mais desiludido com os actores sociais que se encontram nesta área.
De facto, é já costumeiro ouvir políticos atacarem-se uns aos outros invés de apresentar opiniões, ideias, propostas, opondo-se às outras provindas dos outros partidos ou facções, ou – e porque tal não desenobrece ninguém –, simplesmente, concordar com elas. Todavia o 'ataque ao homem' é hoje uma constante e a predominante, pois que me recorde do espaço de antena não ouvi uma só ideia.
Temo que caminhemos de mal a pior.
Concordando com o actual sistema político que temos em Portugal e respeitando a existência dos partidos e movimentos que existem formalmente desde o PNR ao POUS, pese embora não concorde com muitas das suas ideias e com a linha ideológica, em especial dos mais extremistas, diagnostico que o problema está na cultura organizacional. Todos os partidos têm-na muito forte. Senão vejamos: quem é o rosto e eterno candidato do PCTP/MRPP? Quem é o rebuscado e recauchutado líder do CDS/PP? Quando aquela cultura é muito forte – e se confirma que isso é mau para tudo e todos –, então só há uma solução: mudar de líder. Os partidos precisam de nova liderança, de novos rostos, de novas ambições, de novas ideias, de novos rumos.
Actualmente, creio que eles têm as ideias que os outros já tiveram ou que ouviram nos corredores do Palácio de São Bento, estateladas na calçada do Largo das Cortes, ou acomodadas nas arcadas do Terreiro do Paço. Conhecem-se todos, uns aos outros, eliminaram virtudes, expuseram as nódoas e todos os dias descem ao Tejo na baixa maré para lavar os trapos encardidos no denso e fétido lodo.
Mas também, poderemos pedir mais de um país onde de uma só família se recrutaram dois líderes partidários, um para a Esquerda e outro para a Direita?
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