No final da tarde de domingo, ao chegar a Monchique, avistei na esplanada do Café da Vila um amigo que reiteradamente me telefona a perguntar quando arranjo 5 minutos para um café e trocar dois dedos de conversa. Apesar de ir à pressa e ter motivos de agenda e o sacana do relógio não abrandar, resolvi encostar e cumprir com o já inadiável e inadmissível.
Sentei-me, pedi os dois cafés da droga do costume e conversa trocada pa-ta-ti e pa-ta-ta, eis senão quando se pulula entre mesas um cidadão da nossa praça que não gostando de o fazer não consigo encontrar-lhe melhor definição do que "cromo", aliás "vinheta", pois também é auto-colante mas é muito mais pequeno. Pululou, pululou até encontrar a cadeira mais próxima de nós numa mesa vizinha, talvez para ouvir ou fazer-se ouvir. Quase de imediato arranjou um parceiro de bom nível, perdoem-me a ligeireza, um indivíduo com graves problemas de alcoolémia que entre caretas, bocejos e tiques, nada diz e seria, sem dúvida, um bom espectador para a peça que ali ía surgir.
Então, o dito cromo - criatura que eu nunca vi fazer nada, excepto "rançar" com quem passa, com quem encontra do lado de dentro de um balcão, entre outras coisas muito úteis e saudáveis, como se diz por aí e por isto ser do tipo T0, em que toda a gente se conhece, mesmo que não o queiramos, acabamos por sabê-lo - abre a matraca e profere uma frase que certamente lhe dá direito a uma nomeação para os globos de ouro: «Isto cada vez está pior; e a culpa é dos parasitas.»
Ora, certamente não se referia ao meu amigo cuja indumentária era um fato-macaco cheio de óleo e outras marcas do trabalho (veja,-se, a um domingo), nem a mim, provavelmente, mesmo que não soubesse que já tinha feito quase 200 km, e tinha estado em dois briefings completamente distintos, tendo-me valido mais de uma dezena de cafés tomados até às 19 horas, para a concentração e o ritmo.
Talvez, fosse uma confissão, mas a Igreja ainda dista dali uns bons 200 metros e talvez o senhor Padre não estivesse lá à espera daquelas duas personagens.
E pensei eu, nada é melhor do que depois de um rodopio bestial, ao final da tarde de um domingo, ouvir um pseudo-intelectual sardoso tentar apontar-nos o dedo a uma cagadela de mosca que temos no párabrisas do carro.
Lá diz o velho ditado: «Não há cego que se veja, nem torto que se conheça!»
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