A administração do Estado orientada no diálogo protagonizada pelo Eng.º António Guterres acabou por deixar cair a Regionalização. Optou por questionar o cidadão se queria as regiões administrativas, descurando que a lei fundamental já as preconizava.
Os agentes políticos acabaram por entrar no jogo do "bota-abaixo" em detrimento da oposição cooperante, prejudicando por isso o país e os portugueses, adiando por uma década a descentralização do poder, o estreitamento da distância entre o cidadão e a administração, ou seja, um Portugal mais forte e mais célere na resposta aos problemas e necessidades dos portugueses.
Lamentavelmente, os partidos da direita portuguesa preferiram colocar o enfoque nos "jobs for the boys" ao invés de abordar a essência da questão.
Finalmente, e pelo punho determinado do Eng.º José Sócrates, começa agora a desenhar a regionalização, começando por reformar a estrutura descentralizada dos ministérios e concentrando os serviços nas áreas das regiões-plano.
Nos últimos dias temos assistido a laivos espasmos de protagonistas da política que denotam um qualquer desfasamento temporal ou uma clara aptidão para o espectáculo. Escuso-me a esmiuçar a adjectivação apropriada a esses comportamentos, sob pena de baixar muito o nível e entrar num quadro de impropérios, vitupérios ou opróbrios.
No entanto, não posso deixar de lamentar que o Dr. José Barroso, para a Europa, Durão para Portugal e Cherne para a Uva de casa, tenha vindo anos depois admitir que participou numa demanda ridícula subjugada a uma mentira e ao autismo americano.
Outro facto a lamentar é o júbilo do Dr. Marques Mendes por ter conseguido fazer passar as "directas" no seu partido. É certo que se trata de uma importante conquista no contexto da democracia interna. Todavia, o senhor Mendes não pode considerar-se o tutor da ideia e o pioneiro da causa, porque o partido que sustenta o governo há muito que pede ao militante de base para eleger o seu líder.
Perante estes factos, pergunto-me: estarão perdidos estes senhores ou vivem num outro mundo?
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